Hoje temos um número grande de crianças livres de cárie. Mas o risco existe. Se não existisse, não estaria com tanta frequência atendendo crianças com necessidade de tratamento. E são crianças com dois, três, quatro, cinco anos. Não apenas as maiores.

Vamos aqui colocar cinco passos importantes para que seu filho fique livre do fantasma da cárie:

Passo número 1: Alimentação

A alimentação deve ter um controle rígido na frequência. Todas as vezes que a criança se alimenta, parte do cálcio é removido do dente, em nível microscópico. O intervalo de duas a três horas entre as refeições, sem nenhuma alimentação, a não ser água, deve ser respeitado. Desta forma a saliva, pelo efeito tampão, retorna o cálcio para o dente. Este efeito é chamado de des-re (desmineralização x remineralização ).

Além disso, alimentos doces devem ser evitados. Os sucos não devem ser adoçados em sua maioria. O açúcar industrializado é o grande responsável pelo aparecimento em grande escala da cárie dentária. Além de prejudicar o organismo em diversos aspectos. Saiba mais sobre o açúcar aqui e aqui.

Passo número 2: Escova de dentes

A saliva recobre o nosso dente formando o que chamamos de película adquirida. Sobre a saliva depositam-se as bactérias que vivem em nossa boca. E para completar, os resíduos de alimentos. Temos então a placa bacteriana. Ela deve ser removida diariamente utilizando escova e técnica adequadas para cada idade. O importante é que uma escovação ao dia seja bem feita e completa. Escolha sempre o mesmo horário para fazer esta higiene especial do dia (ou da noite).

Passo número 3: Fio Dental

O fio dental deve ser introduzido o quanto antes. Desde pequena a criança vai desenvolvendo o hábito. O fio dental vai garantindo a remoção da placa bacteriana ou biofilme dentário entre os dentes. É importante que ele seja utilizado ao menos uma vez ao dia.

Passo número 4: Flúor – como usá-lo a nosso favor

O Flúor age fazendo trocas químicas com o esmalte e dificultando a perda de cálcio pelo mesmo. Observe se a água de sua casa é fluoretada. Este é um ponto positivo para a proteção dos dentinhos.

Já a dosagem da pasta com flúor vai depender da idade e peso da criança. O Ministério da Saúde
recomenda: “Pequena quantidade de pasta de dente infantil fluoretada, em torno de 1100 ppm de flúor, duas vezes ao dia”. E a Associação Brasileira de Odontopediatria reforça e detalha a orientação: A partir do primeiro dentinho usar a pasta de dente fluoretada na quantidade equivalente a meio grão de arroz. Crianças com mais de 10kg ou acima de 8 dentes, já podem usar a quantidade equivalente a um grão de arroz; E crianças acima de 3 anos podem receber na escova de dente a quantidade de pasta de dente equivalente a uma ervilha. E em todos os casos duas vezes ao dia.

Passo número 5: Diagnóstico preventivo: o papel do odontopediatra

É importante que a criança seja examinada periodicamente pelo especialista em odontopediatria. Desta forma lesões iniciais podem ser diagnosticadas e paralisadas. E orientações específicas dentro da idade da criança e das condições de sua dentição poderão ser realizadas. A família deve procurar o profissional assim que nascer o primeiro dentinho.