É isso aí! Um problema que se repete em várias famílias pode acabar com uma simples férias à bruxinha. A nossa querida leitora Anelisa, do Rio de Janeiro, confidenciou o problema que tem vivido:

“Tenho uma sugestão para você e que está me incomodando: o Gabriel tem bruxismo, às vezes o acordo porque acho que vai quebrar os dentes. Como nos mudamos, a vida ainda não se acertou e vive tumultuada, estou esperando mudar para uma escola próxima e assim estabelecer uma rotina, pra ver se melhora, mas não sei se devo esperar…”.

Anelisa, esta angústia não é só sua. Vou discorrer um pouco sobre o assunto e espero ajudar.
Em casos como o do Gabriel, o odontopediatra, em geral, é o primeiro a ser procurado. E o profissional vai fazer um exame clínico, observar se há desgaste relevante nos dentinhos. Na maioria das vezes ainda não se observa desgaste neste primeiro exame. E em alguns casos em que se verifica este tipo de alteração, bastante raros, é indicado o uso de placas mio relaxantes (em geral, o ortodontista entra nesta história) ou até mesmo são realizadas intervenções no dente para recuperar a coroa desgastada.

Mas, mesmo não havendo desgaste, é necessário encontrar a causa para acabar com o “ranger dos dentes”, ou “bruxismo”, como também é conhecido.

Em menor proporção, a causa pode ser orgânica. O pediatra deve ser informado para descartar a hipótese de alterações neurológicas, avaliar as vias respiratórias, e outras ocorrências que possam estar contribuindo com tal comportamento. As principais causas são de origem psicológica. Portanto, vale a pena observar se a rotina da criança não está muito pesada, se está passando por uma situação nova que apresenta desafios, se o “ranger de dentes” é mais intenso em certos dias da semana e associar a fatos que podem gerar “stress”. E quem sabe, se nas férias o “ranger de dentes” diminui ou até cessa.

E aí a gente tem que parar e pensar: vale a pena toda esta loucura do dia a dia? O ranger dos dentes não seria um alerta para mudarmos alguma coisa? Como anda o brincar? E o tempo para não fazer nada? Peça ajuda para a psicóloga, terapeuta ocupacional, psicopedagoga, avó, madrinha, comadre… Vamos conversar com os amigos, trocar ideia e achar o caminho para que o dia a dia de seu filho seja feliz e com noites de sono relaxantes e cheias de bons sonhos!

Boa sorte a você Anelisa e a cada mãe que está nesta luta. Obrigada pela ótima sugestão!